terça-feira, 29 de maio de 2012


ELEIÇÃO 2012 – DICAS COMO COORDENAR CAMPANHA
“Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem é preciso ter ouvidos afiados para ouvir o trovão”. Para ser vitorioso você precisa ver o que não está visível... ’’(Sun Tzu)

1.       Ouvir sugestões da equipe, antes de apresentar suas propostas.
2.       Discutir e executar o planejamento
3.       Realizar o organograma
4.       Definir a equipe da coordenação geral
5.       Definir o conselho político
6.       Definir o conselho financeiro
7.       Definir a equipe de marketing (comunicação, mobilização/ação)
8.       Definir os traçados jurídicos
9.       Logística
Formando um corpo político
ORGANOGRAMA – Fazê-lo da forma mais simples possível, evitando burocratizar. A coordenação é o composto decisório, mas com o fluxo de contato e avaliação com todo o eixo participativo.

COORDENAÇÃO-GERAL – Responsabilidade da equipe, a qual participa efetivamente o candidato principal, seus conselheiros e equipe técnica. O candidato principal é quem tem a palavra final, a equipe deverá evitar omissão quando da certeza dos conflitos. Evitar na coordenação dar valor mais a amizade do que a opinião sensata e técnica. Cabe a coordenação a Produção do Programa de governo. Cabe a equipe a tarefa de definir os custos e o cronograma de atividades. Lembre-se o coordenador em quem dirige a estratégia e as diversas táticas da campanha como um todo.

CONSELHO POLÍTICO – Escalão abaixo do coordenador e nível paralelo ao da diretoria. É composto por representantes dos partidos da sua coligação e conhecedores da política local, a exemplo de líderes sindical e das comunidades. Lembre que a formação deste conselho em momento de crise deve ser menor, preferencialmente formado por pessoas com mais experiência política.

EQUIPE FINANCEIRA – Está no mesmo nível do conselho político, sendo coordenador financeiro, responsável pela maioria das decisões da campanha. Deverá o coordenador ser um bom administrador de recursos, ter uma visão estratégica, evitar desperdício e utilizar uma planilha clara na apresentação e resultados. A equipe tem que ser formada com pessoas de grande confiança, pois recursos podem ser desviados ou mal administrados, a aplicação ruim é refletida no candidato.

EQUIPE DE COMUNICAÇÃO E LOGÍSTICA – Responsável pela imagem, produção de programas e material de campanha, discursos, imagem da campanha e do candidato. Deve ter formada com jovens e pessoas bem experiente em produção de imagem. Deverá a equipe está antecipando e promovendo uma imediata cobertura aos eventos publicitários.

COORDENADOR JURÍDICO – O advogado tem que ter atitude respeitosa e forte, saber mediar conflitos emotivos e rápida decisão para não desencadear insegurança política.
O sucesso de uma campanha eleitoral esta relacionada ao seu grau de organização, motivação e capacidade em identificar o desejo da população, apresentando-lhes soluções através de uma ação planejada e comunicação rápida, clara e persuasiva, atingindo o coração e a mente do eleitorado. Organizar uma campanha é tarefa trabalhosa, necessita de pessoas com uma visão profissional ou que possua capacidade de perceber defeitos. O Marketing eleitoral é uma ferramenta preciosa no resultado eleitoral, nela habita o planejamento estratégico. Para o filólogo Houaiss estratégia é: "Arte de aplicar com eficácia os recursos de que se dispõe ou de explorar as condições favoráveis de que porventura se desfrute, visando ao alcance de determinados objetivos".

Veja esta matéria a seguir (http://marketingmidia.wordpress.com/):

Na campanha eleitoral os recursos podem ser de três ordens, a saber:

·         Recursos humanos, composto pelo comitê diretivo da campanha, o comitê financeiro, publicitários, jornalistas, assessores jurídicos, produtores, técnicos e a tropa.
·         Recursos materiais, composto pelo capital, imóveis para instalação dos comitês, peças publicitárias impressas e eletrônicas, pesquisas qualitativas e quantitativas, estrutura para comícios, frota para locomoção e transporte, etc.
·         Recursos imateriais, compostos pelos planos de ação (táticos e estratégicos).

Informação é à base do planejamento estratégico e é por meio da análise acurada do cenário em que se dará a disputa que serão definidas as vantagens e desvantagens competitivas, o posicionamento da candidatura e as táticas a serem utilizadas na conquista dos eleitores. Tal qual o general em uma guerra será necessário conhecer profundamente do terreno, as qualidades e defeitos do exército adversário e as nossas. Por isso devemos zelar pela qualidade das informações que serão analisadas. Planejar com base em informações imprecisas, erradas, leva a um final desastroso. Melhor navegar sem bússola a uma que não aponte para o norte verdadeiro.
O planejamento em campanha eleitoral deverá abranger três níveis complementares, a saber: o estratégico, o tático e o operacional.
Num primeiro momento buscamos informações junto a órgãos como IBGE, TCE e TCU, TSE e outros, compilando dados dos censos econômicos e demográficos, os resultados de eleições passadas, a evolução do eleitorado, as análises de contas públicas, notícias veiculadas pela imprensa, etc. Estas informações darão início à constituição de um banco de dados que será de grande valia para entender o cenário em que se dará a "batalha das urnas". E não basta compilá-las; será necessário sistematizá-las e interpretá-las e, para isso, a utilização de ferramentas e técnicas da tecnologia de informação (TI) será decisiva.”
Nesta fase do planejamento são muito utilizadas as técnicas do questionário estruturado. Esta técnica quantitativa, que mescla perguntas abertas e fechadas serve para avaliar o grau de satisfação e insatisfação em relação aos serviços prestados pela administração (no caso das campanhas majoritárias) ou do mandato parlamentar, preocupações, desejos, valores e expectativas dos eleitores em relação ao futuro, avaliação do grau de conhecimento dos prováveis candidatos, atributos positivos e negativos, perfil do candidato ideal, lembrança do voto nas eleições passadas, intenção de voto, rejeição e as motivações do voto e da rejeição de cada candidato.
Convêm lembrar que as pesquisas quantitativas medem a presença de uma dada qualidade e é expressa em números que podem ser referenciadas ao conjunto dos eleitores (universo da pesquisa); possuem elevada representatividade estatística e baixa profundidade.
      As pesquisas qualitativas, por sua vez, objetivam interpretar, à luz da psicanálise, e de técnicas cognitivas e associativas, as razões profundas de determinadas posições assumidas pelos eleitores. Buscam compreender, em profundidade, os critérios utilizados pelo eleitor para a escolha e definição do voto e são ferramentas fundamentais para a escolha do conteúdo a ser defendido (o que falar) e da forma (como falar). Embora possuam baixa representatividade estatística, trazem à tona o que passa na cabeça do eleitor, chave para o posicionamento eficaz de uma candidatura.
Os grupos focais e as entrevistas em profundidade são as técnicas utilizadas nas sondagens qualitativas para trazerem à tona percepções que povoam a mente do eleitor, alicerce do posicionamento eficaz de qualquer candidatura que se pretenda competitiva.

"A verdade é irrelevante. O que importa são as percepções que existem na mente. A essência da ideia de posicionamento consiste em aceitar as percepções como realidade e então reestruturar essas percepções a fim de criar a posição que você deseja", alertam Al Ries e Jack Trout.

"Não há fatos, só interpretações" Nietzsche

Coleta de informações, análise e interpretação dos dados, busca de novas informações... Este movimento circular, semelhante ao da construção de uma mola, imprime força e precisão ao planejamento de uma campanha.

Conhecer a mente do eleitor é fundamental como ressaltam Al Ries e Jack Trout:
"Quando você desejar comunicar as vantagens de um candidato a um cargo político ou de um produto ou mesmo de sua pessoa, você precisa revirar as coisas ao avesso... Você procura a solução do seu problema, não dentro do produto, e nem mesmo dentro de sua própria mente... Você busca a solução dentro da mente do cliente potencial."

A partir da interpretação dos dados coletados inicia-se o trabalho de posicionamento da candidatura definindo-se os eixos principais da campanha, isto é, aquilo que será defendido como ponto programático principal e que deverá ser o diferencial, aquilo que distingue nosso candidato dos demais concorrentes. Define-se ainda o slogan, o jingle e o eixo central das peças eletrônicas e dos materiais gráficos.
Rick Ridder, consultor do Partido Democrata americano ressalta:

"A repetição exaustiva de quatro ou cinco palavras 'quentes' (slogan), como por exemplo, um adjetivo forte, em tudo que estiver relacionado ao candidato – discursos ou malas-diretas - levam o eleitor a, inconscientemente, identificá-lo com elas... O slogan deve conter o contraste que favoreça o candidato."

Tenha sempre como norte alguns princípios básicos que asseguram competitividade a seu candidato na disputa.
Todo candidato viável parte de um reduto e, portanto, como ponto de partida, deverão ser respondidas algumas perguntas:

Quantos votos eu tenho? Onde estão? Quem são eles (perfil)? Quantos votos necessito? Quantos votos me faltam? Quais os segmentos semelhantes? Qual o potencial de votos destes?

As ações de campanha deverão partir do núcleo de apoio visando sua consolidação e, num segundo momento irradiar ações em direção aos segmentos semelhantes.
Concentre-se em no máximo cinco pontos programáticos, pois quem atira para todo lado acaba por confundir o eleitor e não se distingue dos demais concorrentes.
Reforce os atributos positivos de seu candidato e minimize os negativos e, se possível transforme-os em qualidades. Reforce os atributos negativos de seu adversário e tenha sempre uma arma contra ele; julgue o momento oportuno e usá-la ou mesmo se deverá usá-la.
Concentre forças no seu principal inimigo; não desperdice energia e munição atirando para todo lado.
Se a polarização for inevitável procure atrair seu adversário para o campo que lhe seja mais desfavorável.
Procure fazer seu candidato e o tesoureiro da campanha entender que campanha cara é aquela que se perde e lembre-se que em eleição, como na guerra, não existe segundo colocado.


sábado, 26 de maio de 2012

Televisão, a outra face!


           Brasil anos 60 eles diziam: "Bola pra frente não desista não!" Mas mataram estudantes, proibiram o acesso as estantes, nas ruas tanques ignorantes.  A cabeça do povo murchou, bomba de efeito retardado/moral, só agora estourou e quem lucrou? Eu não! Vou caminhando cantando e seguindo a canção. De domingão a domingão segue aculturação, um processo de alienação, através da televisão. Pois é quem sabe faz ao vivo! Então não vou perder o domingo vendo vídeo cacetada! Junto com a mídia na mira, a realidade me inspira, afinal sou brasileiro e não tenho preguiça, quero oportunidade, através do trabalho alcançar a qualidade de vida.  Que é negada pra nós periferia esquecida.  Não acredita? Então, pague pra ver, enquanto você assiste à televisão, vou caminhando catando e seguindo a canção.
O povo não aguenta mais esse papo de "rouba mais faz".  Mais curso pra quer se temos a novela do futebol? Programas de entretenimento o ano todo.
Salário de milhões para apresentadores e jogadores, rindo e brincando com a boa fé dos telespectadores. Não ando nas nuvens mantenho os pés no chão! Contudo a TV tem a receita perfeita: Um analgésico fatal audiovisual! Não acredita veja uma dose diária de jornal nacional.  A impressão que se tem é que o mundo inteiro vai mal.
Brasil capitalista ou banqueiro socialista? Quer saber o que é sofrer?.  Então ver criança abandonada querendo sobreviver, de pé no chão garimpando no lixão que é pra não morrer de fome quando acha um lanche, mesmo assim do chão olha pro céu azul agradece a deus, a disputa com o urubu.  Enquanto você vive à televisão, vou escrevendo e lendo.  Escravo da televisão, zumbis da tela quente, eles não querem o que você quer.
Sou marketing político, comercial, industrial, quero meu povo na maresia e continuar a dominação. Da minoria sobre a maioria. O mundo gira e gira o mundo. Eleições vêm aí você decide. Com meu rosto maquiado e sorriso forçado, faço programas ao vivo ou gravados, sou o serviçal do poder. Ah, o que você recebe por ano eu faturo por hora, afinal sou o rico que meu povo adora.

Nota: Texto baseado na música Televisão.
Fonte: Música Televisão/Face da Morte:http://letras.terra.com.br/face-da-morte/1784853/
Com adaptações feita por: Laudas Vermelhas.

Assista o vídeo com a música Televisão, ACESSE AQUI:

sábado, 19 de maio de 2012

Realidade - estatística de Ribeirão - Censo 2010
Laudas Vermelhas facilita nossa vida, abaixo estatística de Ribeirão-PE

§ População residente, por tipo de deficiência permanente - Pelo menos uma das deficiências investigadas: 11.902 pessoas.
§ População residente, por naturalidade: 34.331 pessoas.
§ Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por estado civil Casado(a): 9.013 Divorciado(a): 435 - Solteiro(a): 2.5141.
§ Mulheres de 10 anos ou mais de idade que tiveram filhos: 11.561.
§ População residente, por frequência a escola ou creche e rede de ensino que frequentavam - 14.696, pessoas.
§ Pessoas que frequentavam escola ou creche, por curso que frequentavam – Ensino Fundamental: 8.301. Ensino Médio: 2.582. Ensino Superior de graduação: 480.
§ Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por idade, condição de atividade e de ocupação na semana de referência - Total - Economicamente ativas: 15.441.
§ Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, por posição na ocupação e categoria do emprego no trabalho principal – Empregados: 9.732.
§ Domicílios particulares permanentes, por existência de água canalizada e forma de abastecimento de água - Tinham - em pelo menos um cômodo - rede geral de distribuição: 8.578.
§ Domicílios particulares permanentes, com alguns bens duráveis existentes no domicílio - Microcomputador - com acesso à internet: 1.013, domicílios.
§ Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares permanentes com rendimento domiciliar, por situação do domicílio – Urbana: 1.314,11 Reais. – Rural: 967,79 Reais.
§ Domicílios particulares permanentes, por classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita - Até 1/4 de salário mínimo: 2.216 domicílios. - Mais de 5 salários mínimos: 138 domicílios.
§ Total de endereços urbanos: 11.813. Total de endereços rurais: 2.978.
§ Total de estabelecimentos: De ensino: 74. De saúde: 30
§ Domicílios particulares permanentes: 11.942 domicílios
§ Rede geral: 8.992 domicílios - energia elétrica – 11.881 domicílios
§ População residente: 44.439 pessoas: Homens: 21.734 Mulheres: 22.705 Alfabetizada: 31.575 Raça/cor: Branca: 14.801 Preta: 3.171 Parda: 26.208.
§ População residente - classes de rendimento nominal mensal: Até 1/4 de salário mínimo: 1.819. Mais de 30 salários mínimos: 6 pessoas
§ Área da unidade territorial: 287.900, Km²
§ Eleitorado: 30.391, Eleitores
§ PIB per capita a preços correntes: 5.370.12, Reais
§ Matrícula em 2009 - Ensino fundamental: 9.035. Ensino médio: 2.025
§ Docentes em 2009: Ensino fundamental: 423 - Ensino médio: 134
§ Estabelecimentos de Saúde SUS: 16
§ Nascidos vivos - registrados: 648 pessoas
§ Receitas orçamentárias realizadas – Correntes: 4.795.843.107 Reais
§ Despesas orçamentárias empenhadas – Correntes: 4.589.130.276 Reais
§ Valor do Fundo de Participação dos Municípios - FPM: 1.397.644.579 Reais
§ Número de unidades locais: 416 Unidades
§ Pessoal ocupado total: 3.031 Pessoas

quinta-feira, 29 de março de 2012

Registro de nossa Memória II


Registro de nossa Memória
DIÁRIO DO PASSADO,  Domingo, 14 de março de 1993.
Delegado garantiu missa de despedida a padre Vito
O delegado de Olinda, Gílson Cordeiro, que atuava em Ribeirão na época da expulsão de Vito Miracapillo, estava entre os que foram homenagear o religioso, e fez um paralelo entre a missa pacífica e alegre de hoje com uma outra, de despedida, em outubro de 1980, quando usineiros e plantadores de cana da região, liderando cerca de 80 capangas, cercaram a igreja com a finalidade de pegar o padre e chegaram a espancar religiosos. "Se tivessem botado a mão no padre, ele não estaria vivo", relembrou. Cordeiro disse ter sido chamado pelo advogado de Miracapillo, o hoje deputado estadual pelo PSB, Pedro Eurico, por dom Acácio Rodrigues e pelo atual presidente regional da CNBB, dom Marcelo Carvalheira, para garantir a celebração da missa e proteger o italiano, pois alguns brasileiros já tinham sido espancados. "Os capangas estavam do lado de fora, fortemente armados, enquanto os usineiros e plantadores invadiram a igreja". Ele deixou cinco policiais fora e entrou com mais dois, um deles com uma metralhadora. "A situação era de confronto, difícil, e dei ordem para atirar diante de qualquer tentativa de agressão", contou. Os policiais terminaram conseguindo dissolver o cerco e fazer os capangas deixarem a cidade. A missa foi rezada, mas sem a presença do padre Vito, que permaneceu escondido nos fundos da igreja. "Ele não podia aparecer, eles o teriam matado".

Trabalho escravo


EXCLUSIVO - TRABALHO ESCRAVO - Eduardo de Queiroz Monteiro é acusado de TRABALHO ESCRAVO. -  Foram libertadas mais de 1.200 pessoas da Destilaria Gameleira, no município de Confresa (MT), a maior operação de libertação de trabalhadores escravos já ocorrida no país. Até então, o título estava com a fazenda Roda Velha, de Ernesto Dias Filho, localizada no município de São Desidério (BA), quando 745 ganharam a liberdade em agosto de 2003. Nas últimas semanas, a usina Gameleira, produtora de álcool, esteve no centro de uma polêmica que envolveu até o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (leia abaixo). Grandes distribuidoras de combustível cortaram os contratos com a Gameleira após ficarem sabendo que comercializavam com uma empresa que estava na “lista suja” do trabalho escravo do governo federal. ...“A situação aqui é horrível. Há superlotação dos alojamentos, que exalam um mau cheiro insuportável. A única água que recebe tratamento é aquela que vai para as caldeiras e não para os trabalhadores. A alimentação estava estragada, deteriorada. O caminhão chega jogando a comida no chão. Pior do que a comida que se dá para bicho, porque esse pelo menos tem coxo”, afirma Humberto Célio Pereira, auditor fiscal do Trabalho e coordenador do grupo móvel de fiscalização. Todas as características confirmam a existência de escravidão contemporânea, do aliciamento ao endividamento e à impossibilidade de deixar o local. Os trabalhadores foram levados de Pernambuco, Maranhão e Alagoas, iludidos pelas falsas promessas de salários e boas condições de serviço dadas pelos “gatos” (contratadores de mão-de-obra a serviço da usina). Ninguém recebia salário e era obrigado a comprar tudo da cantina da empresa, com preço acima do mercado. Os gastos eram anotados para serem descontados do pagamento final – sempre menor do que o combinado pelo “gato”. Devidos às péssimas condições de saneamento e higiene, não raro ficava-se doente. Contudo, até o soro recebido nas crises de diarréias era descontado dos peões.....Vale ressaltar que o próprio Eduardo de Queiroz Monteiro, proprietário da Gameleira, pressionado pela perda de seus clientes, havia solicitado ao Ministério do Trabalho e Emprego uma nova fiscalização para mostrar que a situação havia se normalizado após a última operação. O ministro Ricardo Berzoini, entretanto, não cedeu às pressões. Contudo, enquanto os diretores da usina tentavam limpar o nome da empresa, surgiram novas denúncias de trabalho escravo, envolvendo violência física contra os peões. A partir daí, uma operação foi realizada. Agora, os cerca de 1.200 trabalhadores estão reunidos na sede da empresa. Querem ir embora para as suas cidades, mas não têm dinheiro para pagar a passagem de volta ... No dia 11 de maio, os advogados da família Queiroz Monteiro conseguiram uma liminar na Justiça do Trabalho suspendendo o nome de sua fazenda da "lista suja", base da cadeia produtiva.   Uma ligação telefônica realizada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), na tarde do dia 01/06 trouxe apreensão a empresas afiliadas ao Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis... quando questionou por que essas empresas cancelaram contratos de compra de álcool da Destilaria Gameleira. Esta empresa, de propriedade de Eduardo Queiroz Monteiro – irmão do presidente da Confederação Nacional da Indústria e deputado pernambucano Armando Queiroz Monteiro (PTB). ....  Em discurso proferido no dia 02 de março de 2004, o presidente da Câmara atacou o combate ao trabalho escravo que vem sendo realizado no Brasil. “Ora, Senhoras e Senhores Deputados. Vamos parar de hipocrisia, de fingir que somos a França, os Estados Unidos ou a Alemanha e que podemos copiar as suas avançadas legislações trabalhistas”, disse. “Não vamos resolver os problemas do campo e do desemprego ameaçando produtores e fazendeiros com o confisco de terras no caso das muitas e controversas versões de ‘trabalho escravo’”, completou o deputado.  OBS: REPORTAGEM DATADA DE 17/06/2005, Matéria reduzida, leia-a completa no site: http://agenciacartamaior.uol.com.br/templates/materiaMostrar.cfm? materia_id=3481

Registro de nossa Memória


Registro de nossa Memória
Presidente da Câmara de Ribeirão procurado pela PM
Juiz determina prisão de Mário Teixeira por suspeita de assassinato  
A Polícia Militar de Pernambuco está à procura do presidente da Câmara de Vereadores de Ribeirão (Zona da Mata Sul), Mário Teixeira de Paula (PDT), conhecido como Bau Teixeira. O parlamentar é acusado de ser o mandante do assassinato do motorista Sebastião Barros da Silva Filho, 40 anos. O crime ocorreu em 16 de janeiro de 2002, em frente à fábrica da Coca-Cola, na BR- 101, em Prazeres, Jaboatão dos Guararapes. Se for condenado, o vereador poderá responder por homicídio qualificado e pegar de 12 a 30 anos de prisão. Desde agosto de 2002 o juiz Ossamu Eber Narita decretou a prisão temporária do vereador, mas a determinação, misteriosamente, não foi cumprida. Em outubro do mesmo ano, o juiz da Vara Privativa do Júri de Jaboatão, José Roberto Moreira, expediu um segundo mandado determinando "a qualquer autoridade policial prender e recolher Bau Teixeira ao Presídio Aníbal Bruno, no Curado". O segundo mandado também não foi cumprido. Policiais militares passaram o dia de ontem tentando localizar o presidente da Câmara para cumprir a sentença. Ele, no entanto, não foi localizado na Câmara de Vereadores nem em sua residência, em Ribeirão. Até o fechamento da edição, Bau não foi localizado pela PM.   Ontem, o deputado Pedro Eurico (PSDB) esteve no Fórum de Jaboatão e falou com o juiz Ossamu Narita. O parlamentar conseguiu a nova expedição do mandado de prisão para Bau Teixeira. De acordo com Pedro Eurico, está imperando em Ribeirão a lei do silêncio. "É uma cidade hoje onde a criminalidade é acobertada pelo manto de algumas autoridades. Isso não existe só em Ribeirão, mas em toda Mata Sul", afirmou. Na visão do deputado, os crimes estão sendo praticados por grupos de extermínio. Para solucionar o problema, Pedro Eurico defende que seja implantada na região da Mata Sul uma força tarefa do Ministério Público, Poder Judiciário e das Polícias Civil, Militar e Federal. Em agosto de 2001, segundo os autos policiais, Bau Teixeira teria sofrido uma tentativa de homicídio. Inicialmente, um rapaz conhecido como Fernando foi apontado como suspeito do atentado. Na ocasião, Sebastião Filho prestou depoimento em favor de Fernando e ele teria acusado a esposa de Bau de ter tentado matar o próprio marido. Com raiva da testemunha, o vereador teria pedido a alguns amigos que matassem Sebastião. Em janeiro de 2002, três pessoas identificadas como Alexandre Antônio, Randus Borges da Silva, o Ramo, e Marcelo, desceram de um carro e fuzilaram Sebastião Filho. Um ano antes de ser assassinado, a polícia fez uma batida em Ribeirão e prendeu em flagrante, por porte ilegal de arma, Inácio Moraes Ramos e José Raimundo da Silva. Na época, eles revelaram que estavam na cidade a mando do vereador Bau Teixeira para matar Sebastião por R$ 1 mil.   Ao depor na delegacia de Ribeirão, eles disseram que estavam na cidade a procura de uma namorada. Com a morte de Sebastião, os dois passaram a ser os principais suspeitos. Em seguida, a polícia identificou os executores do crime. O Ministério Público recomendou a prisão dos suspeitos, inclusive de Bau. O juiz acatou o pedido do MP, mas o mandado de prisão nunca foi cumprido.                                                                                OBS: MATÉRIA DO JORNAL DIÁRIO DE PERNAMBUCO, datada de 02/06/2004. Fonte: http://www.pernambuco.com/diario/2004/02/06/politica1_0.html

Libertação recorde


Eduardo de Queiroz Monteiro – irmão de Armando de Queiroz Monteiro, dep. federal pelo PTB-PE é acusado de trabalho Escravo na Destilaria Gameleira.  - LIBERTAÇÃO RECORDE - Em junho de 2005, uma operação do grupo móvel de fiscalização do MTE, que contou com a participação do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal, libertou 1003 pessoas escravizadas da fazenda. A ação ocorreu após denúncias que envolviam violência física contra os peões.- "A situação aqui é horrível. Há superlotação dos alojamentos, que exalam um mau cheiro insuportável. A única água que recebe tratamento é aquela que vai para as caldeiras e não para os trabalhadores. A alimentação estava estragada, deteriorada. O caminhão chega jogando a comida no chão. Pior do que a comida que se dá para bicho, porque esse pelo menos tem coxo", afirmou Humberto Célio Pereira, auditor fiscal do Trabalho e coordenador do grupo móvel de fiscalização. - De acordo com ele, todas as características confirmaram a existência de escravidão contemporânea, do aliciamento ao endividamento e à impossibilidade de deixar o local. Os trabalhadores foram levados de Pernambuco, Maranhão e Alagoas, iludidos pelas falsas promessas de salários e boas condições de serviço dadas pelos "gatos" (contratadores de mão-de-obra a serviço da usina). Ninguém recebia salário e era obrigado a comprar tudo da cantina da empresa, com preço acima do mercado. Os gastos eram anotados para serem descontados do pagamento final * sempre menor do que o combinado pelo "gato". Devidos às péssimas condições de saneamento e higiene, não raro ficava-se doente. Contudo, até o soro recebido nas crises de diarréias era descontado dos peões. A fazenda Gameleira já havia sido flagrada outras três vezes por fiscalizações do Ministério do Trabalho e Emprego. Em uma dessas ações, 318 pessoas foram libertadas. –  *é jornalista da ONG Repórter Brasil; colaborou Leonardo Sakamoto, da mesma ONG. –   SERÁ QUE TINHA   ALGUM RIBEIRÃOENSE LÁ?

Aconteceu, é notícia!


conteceu é notícia: TÊM CAIXA DOIS NA RÁDIO SANTANA FM? No dia 18 de outubro do ano de 2006, por volta das 19h00min, após convidar a comunidade local, a fim de esclarecer a população sobre o vínculo da Igreja Católica junto a Rádio Santana FM, foi iniciada no Salão da Igreja Matriz, pelo Pároco Marcos a abertura da reunião, o qual fez de início uma abordagem sobre as etapas que se seguiram para construção da Rádio Santana FM, fazendo um levante histórico revelou-se que a emissora nascera com vício de formalidade, ou seja, tinha em seu estatuto uma ligação com a igreja, algo não permitido por lei, motivo este que se iniciara novo processo de regularização junto ao ministério das comunicações, desta vez sem qualquer vínculo estatutário com a Igreja. Intercedendo o ato, o Sr. Beto, pediu a palavra e levantou alguns questionamentos quanto aos princípios de uma rádio comunitária Santana FM, sua finalidade, forma de filiação, entre outros fatos que corresponde à transparência pública, citando, por exemplo, o próprio estatuto da rádio; retomando a palavra o padre Marcos enfatizou a posição atual da Igreja, esclarecendo a todos que não existe nenhuma ligação da Igreja com a Rádio Santana FM, algo que deixou a maioria dos presentes surpresos, pois acreditavam que a rádio era da Igreja; o padre prosseguiu  dizendo que lhe foi repassado que a Igreja era a mãe da rádio, ou seja, foi quem acolheu todo seu processo de nascimento, todavia, não era dona da mesma. Logo em seguida os presentes pediram a palavra e em tom desabafo, acusações contundentes foram apresentadas contra a pessoa do presidente da Rádio, o Sr. J. Neto, prosseguindo num show de revelações à sociedade ribeirãoense, foi visto que a rádio Santana FM estaria cheia de pecados capitais, abomináveis a uma entidade que tem o poder de dizer a verdade, todavia, se esconde por trás de um passado nefasto e pecaminoso.   O clima de acusações foi tomando um ponto de acirramento que só dentro da casa de Deus é que poderia se manter a paz visto as revelações ali ditas. Houve durante as falas a apresentação de esclarecimento, pelos responsáveis da rádio Santana FM, quantos as acusações dadas, em respostas evasivas, todos reunidos, tomaram a frente dos discursos e nada dizendo que acalmasse o furor dos presentes; terminaram suas falas com discursos que estavam decepcionados com as acusações e blá, blá, blá... Pois bem, a surpresa como sempre ficou para o final, e que surpresa, faltou até energia! E qual a surpresa? Pasmem!, quando o Sr. Sonivaldo, ex-locutor da Santana FM, tomou a palavra dizendo que este padre (Marcos) não gostava de coisa errada e sim de dinheiro honesto, houve um levante por parte dos membros da rádio Santana FM, provocando o locutor e questionando se havia dinheiro desonesto, e para surpresa de todos os presente, que são hoje testemunha do fato, o locutor Sonivaldo disse, em outras palavras, que iria lavar as roupas sujas, e no auge de sua emoção a verdade veio a tona, dizendo, me diga se o padre Jorge sabia que você(s) iriam pegar dinheiro na prefeitura?, e num silêncio universal, a dura revelação de culpa, responderão, NÃO!. Gente! foi uma cena que só se ver em seriado nacional, onde os donos da verdade se ajoelhavam perante o castigo de Deus, admitindo que a Rádio Santana FM recebi dinheiro da prefeitura de Ribeirão... Agora, sim, entendemos por que a Rádio não dar oportunidade (espaço) as pessoas a questionarem a Administração, por que a Aplicom, Sem Terra, Sindicato dos Professores, entre outros que queiram falar a verdade. Agora entendemos por que a Rádio se comporta como um Escritório de Advocacia dos políticos locais. É uma vergonha que uma rádio comunitária se comporte desta maneira, onde a população não tem espaço. E ainda usa o nome da Santa’Ana. Isto é uma aberração, é o fim do mundo. Que Deus tenha piedade destes locutores.


quarta-feira, 28 de março de 2012

A HISTÓRIA DAS CAMBINDAS



Um grande contingente de escravos no Brasil era chamado de cambindas. Há ainda grupos de cambindas - que são só masculinos: apresentam-se na Paraíba, em Taperoá e na praia de Lucena; e há cambinda em Pernambuco, em Ribeirão e Pesqueira; e houve em São Bento do Una e Triunfo. A hipótese sob a qual trabalha Roberto Benjamin é a de que o maracatu de baque solto tenha evoluído dos grupos de Cambinda, que agregaram elementos de outros folguedos. Curiosamente, os dois mais antigos maracatus de baque solto, em atividade, chamam-se Cambindinha, de Arassoiaba (fund.em 1914) e Cambinda Brasileira, do engenho Cumbe, em Nazaré da Mata (fund. em 1918).

Publicações


MOVIMENTOS SOCIAIS  -  A IGUALDADE DA JUSTIÇA SOCIAL A luta pela igualdade social é fruto da mais nobre qualidade do ser humano, transcende a máquina do egoísmo e da ganância reinantes naqueles que manipulam a bel-prazer o seu semelhante, tratando-os como objeto e escravos, não lhe permitindo um bom dia! Um sorriso sincero ou mesmo ao direito a ter direito.
A frieza copulada por uma sociedade doente, que no conforto, esquece a existência de fome, sede, educação, cultura etc, não pode escutar os gritos da dor, do massacre, da opressão, da covardia, da tirania, impetrada na selvageria voraz daqueles que nas unhas da Lei ou da Marra, tentam acorrentar o pensamento do homem. È triste que muitos silenciem diante das aberrações contundentes no agravo social, fazendo criticas defensivas a classe dominante, que classificam o desejo e o sentimento daqueles que são “escravos” do poder econômico, como peças de reposição.
A história pela igualdade social, ainda é mais dolorosa, quando há um balanceamento entre o urbano e o rural, ficando este sem contra peso, fincado no silêncio e muitas vezes na ausência do Estado, nascendo assim um reflexo de sofrimento pela lei da proibição, da exclusão social e muito mais grave, da imposição. É sabido que na Mata Sul de Pernambuco foi um laboratório da escravidão negreira, que tirava sangue de seus canaviais, deixando no tempo, marcas profundas num povo que aprendia dizer simplesmente “Sim Senhor”, foi de um embate desleal, fomentada por camponeses contra a aristocracia, que catalogava através de sindicatos, das Ligas Camponesas entre outros, o mais brutal ataque, o da ameaça à vida.
Nos tempos atuais estamos acordando com os gritos do SINDICATO DOS TRABALHADOARES RURAIS, SEM TERRA, PASTORAL DA TERRA entre outros movimentos e instituições que põe em discussão a questão latifundiária e política, fazendo-nos caminhar para as explicações de perguntas como: De que forma o Senhor Fulano conseguiu tantos bens? A onde está sendo investido o lucro? Por que o Governo defende tanto os grandes latifundiários? Por que a região da Mata Sul de Pernambuco é tão pobre e tem altos índices de analfabetismo? E nesta reflexão chegamos a entender que o problema não é dos movimentos, é de todos, que acreditamos no direito a igualdade social.                                       Ao povo digo: Reaja! Contra os opressores.
       É tempo e hora para assumirmos o papel resgate do direito à igualdade!.
É um desafio que temos que assumir. Pois a liberdade de um povo está acima dos podres poderes dos loucos tempestivos, que na incapacidade de decidir e partilhar - jogam o homem urbano contra o rural. A luta do movimento dos Canavieiros, dos Sem Terra e outros, é entendido por nós como justo, feliz e legitimo, demonstram que estão no rumo certo de cabeça erguida e coerente com o estado de espírito social; não deixando serem réus da mesquinharia e/ou fabrica de hipócritas, também não poderíamos esperar outra atitude de tão nobres classes sociais, estes homens de Deus que vivem alimentando a esperança de um mundo perfeito, na labuta do dia-a-dia do homem do campo. 
À Diretoria.

Registro de nossa Memória


Registro de nossa Memória “Ao apagar das luzes do Governo Cid Sampaio, o Sr. José Lopes da Siqueira Santos, dono da usina Estreliana, junto com seus capangas, matou covardemente cinco camponeses indefesos, dentro de sua usina. Isso porque os cincos trabalhadores agrícolas foram pedir ao patrão o pagamento da diferença salarial, que ao tinha recebido. O facínora José Lopes perguntou a um homem do grupo quem os chefiava: este respondeu que não tinha chefes e e que tinha ido pedir o pagamento porque seus filhos estavam com fome, precisavam comer um “feijãozinho”. Como resposta, recebeu uma rajada de metralhadora, disparada pelo dono da usina. O camponês foi atingido pela frente e caiu de costas, aos pés do seu matador; os quatros restantes foram fuzilados pelas costas, ao tentarem fugir. Não escapou nenhum. Estavam desarmados: alguns possuíam apenas quicés de picar fumo de rolo. Esse massacre bárbaro de assalariados agrícolas continua impune até hoje e serviu de escola para assassinatos e ferimentos graves em dezenas de camponeses pobres, durante o ano de 1963 entre os estados de Pernambuco e Paraíba. “Nessa época, eu me achava girando pelas zonas do agreste e do sertão do estado. Voltei ao Recife para ir a Ribeirão, onde se dera o massacre dos cinco camponeses desarmados. As autoridades fizeram um arremedo de inquérito, só para inglês ver, e tudo ficou na mesma. Esse bábaro crime serviu para despertar a unidade dos camponeses pobres e dos assalariados agrícolas. “Desgraçadamente, alguns meses após a posse de Miguel Arraes, o administrador e os pistoleiros da usina Caxangá, de propriedade do Sr. Júlio Maranhão, mataram o delegado sindical do município de Ribeirão e feriram gravemente um seu companheiro. O usineiro providenciou imediatamente um caixão rústico, improvisado, e mandou enterrar a vítima no pátio de sua usina. Os operários da usina e os trabalhadores agrícolas da mesma, que já se achavam em greve há quase dez dias, revoltados com o covarde assassinato, desenterraram o corpo do irmão tombado na luta e levaram para a sede do sindicato rural, onde lhe deram um caixão decente e velaram seu corpo toda noite. Sepultaram-no ao dia seguinte no cemitério local, com a presença de milhares de camponeses e da maioria da população da cidade. Houve muitos discursos, inclusive um discurso meu, condenando a onda de assassinatos de camponeses, praticados por usineiros ou a mando destes. O enterro foi precedido de uma grande agitação e concentração de camponeses no pátio da usina Caxangá, onde concitamos a massa a sindicalizar-se, concentrando-se cada vez mais nos sindicatos rurais, não só para a defesa de seus interesses, mas também para revidar a matança de camponeses pelos usineiros e seus capangas”. Extraído do livro: BEZERRA, Gregório. Memórias (Segunda parte: 1946-1969). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979. p. 173-4.

Reportagem Especial


DE ESCRAVO A ELEITOR - Há duas gerações o negro era tratado como animal serviçal, não tinha direito a receber pelo seu trabalho, de ter religião e essa história se passou, também, aqui em nossa cidade, os negros eram homens vindo da África, capturados como bichos, não que esses tenham o direito de ser maltrato, e jogados nos canaviais, trabalhavam debaixo do chicote até sua morte. Os Senhores de Engenhos, heróis das grandes invasões de território, não se limitavam em dar sentenças aos negros que não lhe agradassem, 117 anos passaram, e os negros hoje estão livres, todavia a abolição, não significa grande mudança para os escravos e seus descendentes. Eles continuam marginalizados pela burguesia aristocrática que continuava alimentado o racismo.
Costumes e tradições e contradições - O dia-a-dia nos engenhos era muito diferente dos das atuais usinas e destilarias. Não existem mais escravos, e sim trabalhadores, mas que continuam servis aos patrões. Os escravos eram negros, enquanto os trabalhadores atuais são mestiços, brancos ou negros. Os costumes e tradições mudaram muito. Não existem senzalas, mas casas populares, em algumas usinas. A maioria preferiu expulsar os trabalhadores para morarem nas cidades próximas. Assim, ficando livre do vínculo empregatício e a obrigação de garantir moradia, escola, posto médico e outros benefícios sociais. Na época os engenhos e nas fazendas, eram protegido pela mais brutal legislação negra que incluía os castigos, as penas e os maus tratos infligidos desde o momento de sua captura na África. Diversos fatos sociais tais como; de serem presos a correntes de ferro a um cepo, de trabalharem junto das caldeiras nos engenhos, de ser chicoteados para trabalharem, a alimentação e vestuário limitado, concorreram para acirrar o ódio entre o negro e o colono. O negro que chegava, era considerado como peça de trabalho, por mais abatido e rebaixado que fosse em sua dignidade, em sua vontade de liberdade, pela prepotência de seu semelhante que agia dolosamente nos seus “delírios” de maldades.
OS DIAS ATUAIS – Só a partir do ano de           é que o negro alcança o direito de votar, só que agora é no voto cabestro, mais isto é outra historia, e hoje, viva a democracia! o Senhor de Engenho chama seus “ex-escravo” de eleitor

Nota: Prova dessa dolorosa realidade ainda é viva na memória dos antigos, pois aqui na Mata Sul era um laboratório da escravidão humana, e se o leitor fizer uma visita à casa grande do Engenho Bastiões, do Escritório da Usina Estreliana, testemunhará um centro de horror, onde seres humanos eram acorrentados antes de dormir (e sem direito reclamar ou roncar), pois o Seu Senhor não poderia ser incomodado, triste memória de nossa história, que tirava sangue dos seus canaviais.

História de Ribeirão III


ACONTECEU EM RIBEIRÃO III
Registro de nossa Memória
DIÁRIO DO PASSADO,
Domingo, 14 de março de 1993.
Delegado garantiu missa de despedida a padre Vito

O delegado de Olinda, Gílson Cordeiro, que atuava em Ribeirão na época da expulsão de Vito Miracapillo, estava entre os que foram homenagear o religioso, e fez um paralelo entre a missa pacífica e alegre de hoje com uma outra, de despedida, em outubro de 1980, quando usineiros e plantadores de cana da região, liderando cerca de 80 capangas, cercaram a igreja com a finalidade de pegar o padre e chegaram a espancar religiosos.

"Se tivessem botado a mão no padre, ele não estaria vivo", relembrou. Cordeiro disse ter sido chamado pelo advogado de Miracapillo, o hoje deputado estadual pelo PSB, Pedro Eurico, por dom Acácio Rodrigues e pelo atual presidente regional da CNBB, dom Marcelo Carvalheira, para garantir a celebração da missa e proteger o italiano, pois alguns brasileiros já tinham sido espancados. "Os capangas estavam do lado de fora, fortemente armados, enquanto os usineiros e plantadores invadiram a igreja". Ele deixou cinco policiais fora e entrou com mais dois, um deles com uma metralhadora. "A situação era de confronto, difícil, e dei ordem para atirar diante de qualquer tentativa de agressão", contou. Os policiais terminaram conseguindo dissolver o cerco e fazer os capangas deixarem a cidade. A missa foi rezada, mas sem a presença do padre Vito, que permaneceu escondido nos fundos da igreja. "Ele não podia aparecer, eles o teriam matado".

História de Ribeirão II


 EXCLUSIVO - TRABALHO ESCRAVO - Eduardo de Queiroz Monteiro é acusado de TRABALHO ESCRAVO.
Foram libertadas mais de 1.200 pessoas da Destilaria Gameleira, no município de Confresa (MT), a maior operação de libertação de trabalhadores escravos já ocorrida no país. Até então, o título estava com a fazenda Roda Velha, de Ernesto Dias Filho, localizada no município de São Desidério (BA), quando 745 ganharam a liberdade em agosto de 2003. Nas últimas semanas, a usina Gameleira, produtora de álcool, esteve no centro de uma polêmica que envolveu até o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (leia abaixo). Grandes distribuidoras de combustível cortaram os contratos com a Gameleira após ficarem sabendo que comercializavam com uma empresa que estava na “lista suja” do trabalho escravo do governo federal. ...“A situação aqui é horrível. Há superlotação dos alojamentos, que exalam um mau cheiro insuportável. A única água que recebe tratamento é aquela que vai para as caldeiras e não para os trabalhadores. A alimentação estava estragada, deteriorada. O caminhão chega jogando a comida no chão. Pior do que a comida que se dá para bicho, porque esse pelo menos tem coxo”, afirma Humberto Célio Pereira, auditor fiscal do Trabalho e coordenador do grupo móvel de fiscalização. Todas as características confirmam a existência de escravidão contemporânea, do aliciamento ao endividamento e à impossibilidade de deixar o local. Os trabalhadores foram levados de Pernambuco, Maranhão e Alagoas, iludidos pelas falsas promessas de salários e boas condições de serviço dadas pelos “gatos” (contratadores de mão-de-obra a serviço da usina). Ninguém recebia salário e era obrigado a comprar tudo da cantina da empresa, com preço acima do mercado. Os gastos eram anotados para serem descontados do pagamento final – sempre menor do que o combinado pelo “gato”. Devidos às péssimas condições de saneamento e higiene, não raro ficava-se doente. Contudo, até o soro recebido nas crises de diarréias era descontado dos peões.....Vale ressaltar que o próprio Eduardo de Queiroz Monteiro, proprietário da Gameleira, pressionado pela perda de seus clientes, havia solicitado ao Ministério do Trabalho e Emprego uma nova fiscalização para mostrar que a situação havia se normalizado após a última operação. O ministro Ricardo Berzoini, entretanto, não cedeu às pressões. Contudo, enquanto os diretores da usina tentavam limpar o nome da empresa, surgiram novas denúncias de trabalho escravo, envolvendo violência física contra os peões. A partir daí, uma operação foi realizada. Agora, os cerca de 1.200 trabalhadores estão reunidos na sede da empresa. Querem ir embora para as suas cidades, mas não têm dinheiro para pagar a passagem de volta ... No dia 11 de maio, os advogados da família Queiroz Monteiro conseguiram uma liminar na Justiça do Trabalho suspendendo o nome de sua fazenda da "lista suja", base da cadeia produtiva.   Uma ligação telefônica realizada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), na tarde do dia 01/06 trouxe apreensão a empresas afiliadas ao Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis... quando questionou por que essas empresas cancelaram contratos de compra de álcool da Destilaria Gameleira. Esta empresa, de propriedade de Eduardo Queiroz Monteiro – irmão do presidente da Confederação Nacional da Indústria e deputado pernambucano Armando Queiroz Monteiro (PTB). ....  Em discurso proferido no dia 02 de março de 2004, o presidente da Câmara atacou o combate ao trabalho escravo que vem sendo realizado no Brasil. “Ora, Senhoras e Senhores Deputados. Vamos parar de hipocrisia, de fingir que somos a França, os Estados Unidos ou a Alemanha e que podemos copiar as suas avançadas legislações trabalhistas”, disse. “Não vamos resolver os problemas do campo e do desemprego ameaçando produtores e fazendeiros com o confisco de terras no caso das muitas e controversas versões de ‘trabalho escravo’”, completou o deputado.  OBS: REPORTAGEM DATADA DE 17/06/2005, Matéria reduzida, leia-a completa no site: http://agenciacartamaior.uol.com.br/templates/materiaMostrar.cfm? materia_id=3481 - Direitos Humanos| 17/06/2005 . outras fontes: http://revistaepoca.globo.com/Epoca/1,6993,EPT973025-1659,00.html

História de Ribeirão I

O delegado de Olinda, Gílson Cordeiro, que atuava em Ribeirão na época da expulsão de Vito Miracapillo, estava entre os que foram homenagear o religioso, e fez um paralelo entre a missa pacífica e alegre de hoje com uma outra, de despedida, em outubro de 1980, quando usineiros e plantadores de cana da região, liderando cerca de 80 capangas, cercaram a igreja com a finalidade de pegar o padre e chegaram a espancar religiosos. "Se tivessem botado a mão no padre, ele não estaria vivo", relembrou. Cordeiro .... "Os capangas estavam do lado de fora, fortemente armados, enquanto os usineiros e plantadores invadiram a igreja". Ele deixou cinco policiais fora e entrou com mais dois, um deles com uma metralhadora. "A situação era de confronto, difícil, e dei ordem para atirar diante de qualquer tentativa de agressão", contou. Os policiais terminaram conseguindo dissolver o cerco e fazer os capangas deixarem a cidade. A missa foi rezada, mas sem a presença do padre Vito, que permaneceu escondido nos fundos da igreja. "Ele não podia aparecer, eles o teriam matado".