quinta-feira, 29 de março de 2012

Registro de nossa Memória II


Registro de nossa Memória
DIÁRIO DO PASSADO,  Domingo, 14 de março de 1993.
Delegado garantiu missa de despedida a padre Vito
O delegado de Olinda, Gílson Cordeiro, que atuava em Ribeirão na época da expulsão de Vito Miracapillo, estava entre os que foram homenagear o religioso, e fez um paralelo entre a missa pacífica e alegre de hoje com uma outra, de despedida, em outubro de 1980, quando usineiros e plantadores de cana da região, liderando cerca de 80 capangas, cercaram a igreja com a finalidade de pegar o padre e chegaram a espancar religiosos. "Se tivessem botado a mão no padre, ele não estaria vivo", relembrou. Cordeiro disse ter sido chamado pelo advogado de Miracapillo, o hoje deputado estadual pelo PSB, Pedro Eurico, por dom Acácio Rodrigues e pelo atual presidente regional da CNBB, dom Marcelo Carvalheira, para garantir a celebração da missa e proteger o italiano, pois alguns brasileiros já tinham sido espancados. "Os capangas estavam do lado de fora, fortemente armados, enquanto os usineiros e plantadores invadiram a igreja". Ele deixou cinco policiais fora e entrou com mais dois, um deles com uma metralhadora. "A situação era de confronto, difícil, e dei ordem para atirar diante de qualquer tentativa de agressão", contou. Os policiais terminaram conseguindo dissolver o cerco e fazer os capangas deixarem a cidade. A missa foi rezada, mas sem a presença do padre Vito, que permaneceu escondido nos fundos da igreja. "Ele não podia aparecer, eles o teriam matado".

Trabalho escravo


EXCLUSIVO - TRABALHO ESCRAVO - Eduardo de Queiroz Monteiro é acusado de TRABALHO ESCRAVO. -  Foram libertadas mais de 1.200 pessoas da Destilaria Gameleira, no município de Confresa (MT), a maior operação de libertação de trabalhadores escravos já ocorrida no país. Até então, o título estava com a fazenda Roda Velha, de Ernesto Dias Filho, localizada no município de São Desidério (BA), quando 745 ganharam a liberdade em agosto de 2003. Nas últimas semanas, a usina Gameleira, produtora de álcool, esteve no centro de uma polêmica que envolveu até o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (leia abaixo). Grandes distribuidoras de combustível cortaram os contratos com a Gameleira após ficarem sabendo que comercializavam com uma empresa que estava na “lista suja” do trabalho escravo do governo federal. ...“A situação aqui é horrível. Há superlotação dos alojamentos, que exalam um mau cheiro insuportável. A única água que recebe tratamento é aquela que vai para as caldeiras e não para os trabalhadores. A alimentação estava estragada, deteriorada. O caminhão chega jogando a comida no chão. Pior do que a comida que se dá para bicho, porque esse pelo menos tem coxo”, afirma Humberto Célio Pereira, auditor fiscal do Trabalho e coordenador do grupo móvel de fiscalização. Todas as características confirmam a existência de escravidão contemporânea, do aliciamento ao endividamento e à impossibilidade de deixar o local. Os trabalhadores foram levados de Pernambuco, Maranhão e Alagoas, iludidos pelas falsas promessas de salários e boas condições de serviço dadas pelos “gatos” (contratadores de mão-de-obra a serviço da usina). Ninguém recebia salário e era obrigado a comprar tudo da cantina da empresa, com preço acima do mercado. Os gastos eram anotados para serem descontados do pagamento final – sempre menor do que o combinado pelo “gato”. Devidos às péssimas condições de saneamento e higiene, não raro ficava-se doente. Contudo, até o soro recebido nas crises de diarréias era descontado dos peões.....Vale ressaltar que o próprio Eduardo de Queiroz Monteiro, proprietário da Gameleira, pressionado pela perda de seus clientes, havia solicitado ao Ministério do Trabalho e Emprego uma nova fiscalização para mostrar que a situação havia se normalizado após a última operação. O ministro Ricardo Berzoini, entretanto, não cedeu às pressões. Contudo, enquanto os diretores da usina tentavam limpar o nome da empresa, surgiram novas denúncias de trabalho escravo, envolvendo violência física contra os peões. A partir daí, uma operação foi realizada. Agora, os cerca de 1.200 trabalhadores estão reunidos na sede da empresa. Querem ir embora para as suas cidades, mas não têm dinheiro para pagar a passagem de volta ... No dia 11 de maio, os advogados da família Queiroz Monteiro conseguiram uma liminar na Justiça do Trabalho suspendendo o nome de sua fazenda da "lista suja", base da cadeia produtiva.   Uma ligação telefônica realizada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), na tarde do dia 01/06 trouxe apreensão a empresas afiliadas ao Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis... quando questionou por que essas empresas cancelaram contratos de compra de álcool da Destilaria Gameleira. Esta empresa, de propriedade de Eduardo Queiroz Monteiro – irmão do presidente da Confederação Nacional da Indústria e deputado pernambucano Armando Queiroz Monteiro (PTB). ....  Em discurso proferido no dia 02 de março de 2004, o presidente da Câmara atacou o combate ao trabalho escravo que vem sendo realizado no Brasil. “Ora, Senhoras e Senhores Deputados. Vamos parar de hipocrisia, de fingir que somos a França, os Estados Unidos ou a Alemanha e que podemos copiar as suas avançadas legislações trabalhistas”, disse. “Não vamos resolver os problemas do campo e do desemprego ameaçando produtores e fazendeiros com o confisco de terras no caso das muitas e controversas versões de ‘trabalho escravo’”, completou o deputado.  OBS: REPORTAGEM DATADA DE 17/06/2005, Matéria reduzida, leia-a completa no site: http://agenciacartamaior.uol.com.br/templates/materiaMostrar.cfm? materia_id=3481

Registro de nossa Memória


Registro de nossa Memória
Presidente da Câmara de Ribeirão procurado pela PM
Juiz determina prisão de Mário Teixeira por suspeita de assassinato  
A Polícia Militar de Pernambuco está à procura do presidente da Câmara de Vereadores de Ribeirão (Zona da Mata Sul), Mário Teixeira de Paula (PDT), conhecido como Bau Teixeira. O parlamentar é acusado de ser o mandante do assassinato do motorista Sebastião Barros da Silva Filho, 40 anos. O crime ocorreu em 16 de janeiro de 2002, em frente à fábrica da Coca-Cola, na BR- 101, em Prazeres, Jaboatão dos Guararapes. Se for condenado, o vereador poderá responder por homicídio qualificado e pegar de 12 a 30 anos de prisão. Desde agosto de 2002 o juiz Ossamu Eber Narita decretou a prisão temporária do vereador, mas a determinação, misteriosamente, não foi cumprida. Em outubro do mesmo ano, o juiz da Vara Privativa do Júri de Jaboatão, José Roberto Moreira, expediu um segundo mandado determinando "a qualquer autoridade policial prender e recolher Bau Teixeira ao Presídio Aníbal Bruno, no Curado". O segundo mandado também não foi cumprido. Policiais militares passaram o dia de ontem tentando localizar o presidente da Câmara para cumprir a sentença. Ele, no entanto, não foi localizado na Câmara de Vereadores nem em sua residência, em Ribeirão. Até o fechamento da edição, Bau não foi localizado pela PM.   Ontem, o deputado Pedro Eurico (PSDB) esteve no Fórum de Jaboatão e falou com o juiz Ossamu Narita. O parlamentar conseguiu a nova expedição do mandado de prisão para Bau Teixeira. De acordo com Pedro Eurico, está imperando em Ribeirão a lei do silêncio. "É uma cidade hoje onde a criminalidade é acobertada pelo manto de algumas autoridades. Isso não existe só em Ribeirão, mas em toda Mata Sul", afirmou. Na visão do deputado, os crimes estão sendo praticados por grupos de extermínio. Para solucionar o problema, Pedro Eurico defende que seja implantada na região da Mata Sul uma força tarefa do Ministério Público, Poder Judiciário e das Polícias Civil, Militar e Federal. Em agosto de 2001, segundo os autos policiais, Bau Teixeira teria sofrido uma tentativa de homicídio. Inicialmente, um rapaz conhecido como Fernando foi apontado como suspeito do atentado. Na ocasião, Sebastião Filho prestou depoimento em favor de Fernando e ele teria acusado a esposa de Bau de ter tentado matar o próprio marido. Com raiva da testemunha, o vereador teria pedido a alguns amigos que matassem Sebastião. Em janeiro de 2002, três pessoas identificadas como Alexandre Antônio, Randus Borges da Silva, o Ramo, e Marcelo, desceram de um carro e fuzilaram Sebastião Filho. Um ano antes de ser assassinado, a polícia fez uma batida em Ribeirão e prendeu em flagrante, por porte ilegal de arma, Inácio Moraes Ramos e José Raimundo da Silva. Na época, eles revelaram que estavam na cidade a mando do vereador Bau Teixeira para matar Sebastião por R$ 1 mil.   Ao depor na delegacia de Ribeirão, eles disseram que estavam na cidade a procura de uma namorada. Com a morte de Sebastião, os dois passaram a ser os principais suspeitos. Em seguida, a polícia identificou os executores do crime. O Ministério Público recomendou a prisão dos suspeitos, inclusive de Bau. O juiz acatou o pedido do MP, mas o mandado de prisão nunca foi cumprido.                                                                                OBS: MATÉRIA DO JORNAL DIÁRIO DE PERNAMBUCO, datada de 02/06/2004. Fonte: http://www.pernambuco.com/diario/2004/02/06/politica1_0.html

Libertação recorde


Eduardo de Queiroz Monteiro – irmão de Armando de Queiroz Monteiro, dep. federal pelo PTB-PE é acusado de trabalho Escravo na Destilaria Gameleira.  - LIBERTAÇÃO RECORDE - Em junho de 2005, uma operação do grupo móvel de fiscalização do MTE, que contou com a participação do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal, libertou 1003 pessoas escravizadas da fazenda. A ação ocorreu após denúncias que envolviam violência física contra os peões.- "A situação aqui é horrível. Há superlotação dos alojamentos, que exalam um mau cheiro insuportável. A única água que recebe tratamento é aquela que vai para as caldeiras e não para os trabalhadores. A alimentação estava estragada, deteriorada. O caminhão chega jogando a comida no chão. Pior do que a comida que se dá para bicho, porque esse pelo menos tem coxo", afirmou Humberto Célio Pereira, auditor fiscal do Trabalho e coordenador do grupo móvel de fiscalização. - De acordo com ele, todas as características confirmaram a existência de escravidão contemporânea, do aliciamento ao endividamento e à impossibilidade de deixar o local. Os trabalhadores foram levados de Pernambuco, Maranhão e Alagoas, iludidos pelas falsas promessas de salários e boas condições de serviço dadas pelos "gatos" (contratadores de mão-de-obra a serviço da usina). Ninguém recebia salário e era obrigado a comprar tudo da cantina da empresa, com preço acima do mercado. Os gastos eram anotados para serem descontados do pagamento final * sempre menor do que o combinado pelo "gato". Devidos às péssimas condições de saneamento e higiene, não raro ficava-se doente. Contudo, até o soro recebido nas crises de diarréias era descontado dos peões. A fazenda Gameleira já havia sido flagrada outras três vezes por fiscalizações do Ministério do Trabalho e Emprego. Em uma dessas ações, 318 pessoas foram libertadas. –  *é jornalista da ONG Repórter Brasil; colaborou Leonardo Sakamoto, da mesma ONG. –   SERÁ QUE TINHA   ALGUM RIBEIRÃOENSE LÁ?

Aconteceu, é notícia!


conteceu é notícia: TÊM CAIXA DOIS NA RÁDIO SANTANA FM? No dia 18 de outubro do ano de 2006, por volta das 19h00min, após convidar a comunidade local, a fim de esclarecer a população sobre o vínculo da Igreja Católica junto a Rádio Santana FM, foi iniciada no Salão da Igreja Matriz, pelo Pároco Marcos a abertura da reunião, o qual fez de início uma abordagem sobre as etapas que se seguiram para construção da Rádio Santana FM, fazendo um levante histórico revelou-se que a emissora nascera com vício de formalidade, ou seja, tinha em seu estatuto uma ligação com a igreja, algo não permitido por lei, motivo este que se iniciara novo processo de regularização junto ao ministério das comunicações, desta vez sem qualquer vínculo estatutário com a Igreja. Intercedendo o ato, o Sr. Beto, pediu a palavra e levantou alguns questionamentos quanto aos princípios de uma rádio comunitária Santana FM, sua finalidade, forma de filiação, entre outros fatos que corresponde à transparência pública, citando, por exemplo, o próprio estatuto da rádio; retomando a palavra o padre Marcos enfatizou a posição atual da Igreja, esclarecendo a todos que não existe nenhuma ligação da Igreja com a Rádio Santana FM, algo que deixou a maioria dos presentes surpresos, pois acreditavam que a rádio era da Igreja; o padre prosseguiu  dizendo que lhe foi repassado que a Igreja era a mãe da rádio, ou seja, foi quem acolheu todo seu processo de nascimento, todavia, não era dona da mesma. Logo em seguida os presentes pediram a palavra e em tom desabafo, acusações contundentes foram apresentadas contra a pessoa do presidente da Rádio, o Sr. J. Neto, prosseguindo num show de revelações à sociedade ribeirãoense, foi visto que a rádio Santana FM estaria cheia de pecados capitais, abomináveis a uma entidade que tem o poder de dizer a verdade, todavia, se esconde por trás de um passado nefasto e pecaminoso.   O clima de acusações foi tomando um ponto de acirramento que só dentro da casa de Deus é que poderia se manter a paz visto as revelações ali ditas. Houve durante as falas a apresentação de esclarecimento, pelos responsáveis da rádio Santana FM, quantos as acusações dadas, em respostas evasivas, todos reunidos, tomaram a frente dos discursos e nada dizendo que acalmasse o furor dos presentes; terminaram suas falas com discursos que estavam decepcionados com as acusações e blá, blá, blá... Pois bem, a surpresa como sempre ficou para o final, e que surpresa, faltou até energia! E qual a surpresa? Pasmem!, quando o Sr. Sonivaldo, ex-locutor da Santana FM, tomou a palavra dizendo que este padre (Marcos) não gostava de coisa errada e sim de dinheiro honesto, houve um levante por parte dos membros da rádio Santana FM, provocando o locutor e questionando se havia dinheiro desonesto, e para surpresa de todos os presente, que são hoje testemunha do fato, o locutor Sonivaldo disse, em outras palavras, que iria lavar as roupas sujas, e no auge de sua emoção a verdade veio a tona, dizendo, me diga se o padre Jorge sabia que você(s) iriam pegar dinheiro na prefeitura?, e num silêncio universal, a dura revelação de culpa, responderão, NÃO!. Gente! foi uma cena que só se ver em seriado nacional, onde os donos da verdade se ajoelhavam perante o castigo de Deus, admitindo que a Rádio Santana FM recebi dinheiro da prefeitura de Ribeirão... Agora, sim, entendemos por que a Rádio não dar oportunidade (espaço) as pessoas a questionarem a Administração, por que a Aplicom, Sem Terra, Sindicato dos Professores, entre outros que queiram falar a verdade. Agora entendemos por que a Rádio se comporta como um Escritório de Advocacia dos políticos locais. É uma vergonha que uma rádio comunitária se comporte desta maneira, onde a população não tem espaço. E ainda usa o nome da Santa’Ana. Isto é uma aberração, é o fim do mundo. Que Deus tenha piedade destes locutores.


quarta-feira, 28 de março de 2012

A HISTÓRIA DAS CAMBINDAS



Um grande contingente de escravos no Brasil era chamado de cambindas. Há ainda grupos de cambindas - que são só masculinos: apresentam-se na Paraíba, em Taperoá e na praia de Lucena; e há cambinda em Pernambuco, em Ribeirão e Pesqueira; e houve em São Bento do Una e Triunfo. A hipótese sob a qual trabalha Roberto Benjamin é a de que o maracatu de baque solto tenha evoluído dos grupos de Cambinda, que agregaram elementos de outros folguedos. Curiosamente, os dois mais antigos maracatus de baque solto, em atividade, chamam-se Cambindinha, de Arassoiaba (fund.em 1914) e Cambinda Brasileira, do engenho Cumbe, em Nazaré da Mata (fund. em 1918).

Publicações


MOVIMENTOS SOCIAIS  -  A IGUALDADE DA JUSTIÇA SOCIAL A luta pela igualdade social é fruto da mais nobre qualidade do ser humano, transcende a máquina do egoísmo e da ganância reinantes naqueles que manipulam a bel-prazer o seu semelhante, tratando-os como objeto e escravos, não lhe permitindo um bom dia! Um sorriso sincero ou mesmo ao direito a ter direito.
A frieza copulada por uma sociedade doente, que no conforto, esquece a existência de fome, sede, educação, cultura etc, não pode escutar os gritos da dor, do massacre, da opressão, da covardia, da tirania, impetrada na selvageria voraz daqueles que nas unhas da Lei ou da Marra, tentam acorrentar o pensamento do homem. È triste que muitos silenciem diante das aberrações contundentes no agravo social, fazendo criticas defensivas a classe dominante, que classificam o desejo e o sentimento daqueles que são “escravos” do poder econômico, como peças de reposição.
A história pela igualdade social, ainda é mais dolorosa, quando há um balanceamento entre o urbano e o rural, ficando este sem contra peso, fincado no silêncio e muitas vezes na ausência do Estado, nascendo assim um reflexo de sofrimento pela lei da proibição, da exclusão social e muito mais grave, da imposição. É sabido que na Mata Sul de Pernambuco foi um laboratório da escravidão negreira, que tirava sangue de seus canaviais, deixando no tempo, marcas profundas num povo que aprendia dizer simplesmente “Sim Senhor”, foi de um embate desleal, fomentada por camponeses contra a aristocracia, que catalogava através de sindicatos, das Ligas Camponesas entre outros, o mais brutal ataque, o da ameaça à vida.
Nos tempos atuais estamos acordando com os gritos do SINDICATO DOS TRABALHADOARES RURAIS, SEM TERRA, PASTORAL DA TERRA entre outros movimentos e instituições que põe em discussão a questão latifundiária e política, fazendo-nos caminhar para as explicações de perguntas como: De que forma o Senhor Fulano conseguiu tantos bens? A onde está sendo investido o lucro? Por que o Governo defende tanto os grandes latifundiários? Por que a região da Mata Sul de Pernambuco é tão pobre e tem altos índices de analfabetismo? E nesta reflexão chegamos a entender que o problema não é dos movimentos, é de todos, que acreditamos no direito a igualdade social.                                       Ao povo digo: Reaja! Contra os opressores.
       É tempo e hora para assumirmos o papel resgate do direito à igualdade!.
É um desafio que temos que assumir. Pois a liberdade de um povo está acima dos podres poderes dos loucos tempestivos, que na incapacidade de decidir e partilhar - jogam o homem urbano contra o rural. A luta do movimento dos Canavieiros, dos Sem Terra e outros, é entendido por nós como justo, feliz e legitimo, demonstram que estão no rumo certo de cabeça erguida e coerente com o estado de espírito social; não deixando serem réus da mesquinharia e/ou fabrica de hipócritas, também não poderíamos esperar outra atitude de tão nobres classes sociais, estes homens de Deus que vivem alimentando a esperança de um mundo perfeito, na labuta do dia-a-dia do homem do campo. 
À Diretoria.

Registro de nossa Memória


Registro de nossa Memória “Ao apagar das luzes do Governo Cid Sampaio, o Sr. José Lopes da Siqueira Santos, dono da usina Estreliana, junto com seus capangas, matou covardemente cinco camponeses indefesos, dentro de sua usina. Isso porque os cincos trabalhadores agrícolas foram pedir ao patrão o pagamento da diferença salarial, que ao tinha recebido. O facínora José Lopes perguntou a um homem do grupo quem os chefiava: este respondeu que não tinha chefes e e que tinha ido pedir o pagamento porque seus filhos estavam com fome, precisavam comer um “feijãozinho”. Como resposta, recebeu uma rajada de metralhadora, disparada pelo dono da usina. O camponês foi atingido pela frente e caiu de costas, aos pés do seu matador; os quatros restantes foram fuzilados pelas costas, ao tentarem fugir. Não escapou nenhum. Estavam desarmados: alguns possuíam apenas quicés de picar fumo de rolo. Esse massacre bárbaro de assalariados agrícolas continua impune até hoje e serviu de escola para assassinatos e ferimentos graves em dezenas de camponeses pobres, durante o ano de 1963 entre os estados de Pernambuco e Paraíba. “Nessa época, eu me achava girando pelas zonas do agreste e do sertão do estado. Voltei ao Recife para ir a Ribeirão, onde se dera o massacre dos cinco camponeses desarmados. As autoridades fizeram um arremedo de inquérito, só para inglês ver, e tudo ficou na mesma. Esse bábaro crime serviu para despertar a unidade dos camponeses pobres e dos assalariados agrícolas. “Desgraçadamente, alguns meses após a posse de Miguel Arraes, o administrador e os pistoleiros da usina Caxangá, de propriedade do Sr. Júlio Maranhão, mataram o delegado sindical do município de Ribeirão e feriram gravemente um seu companheiro. O usineiro providenciou imediatamente um caixão rústico, improvisado, e mandou enterrar a vítima no pátio de sua usina. Os operários da usina e os trabalhadores agrícolas da mesma, que já se achavam em greve há quase dez dias, revoltados com o covarde assassinato, desenterraram o corpo do irmão tombado na luta e levaram para a sede do sindicato rural, onde lhe deram um caixão decente e velaram seu corpo toda noite. Sepultaram-no ao dia seguinte no cemitério local, com a presença de milhares de camponeses e da maioria da população da cidade. Houve muitos discursos, inclusive um discurso meu, condenando a onda de assassinatos de camponeses, praticados por usineiros ou a mando destes. O enterro foi precedido de uma grande agitação e concentração de camponeses no pátio da usina Caxangá, onde concitamos a massa a sindicalizar-se, concentrando-se cada vez mais nos sindicatos rurais, não só para a defesa de seus interesses, mas também para revidar a matança de camponeses pelos usineiros e seus capangas”. Extraído do livro: BEZERRA, Gregório. Memórias (Segunda parte: 1946-1969). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979. p. 173-4.

Reportagem Especial


DE ESCRAVO A ELEITOR - Há duas gerações o negro era tratado como animal serviçal, não tinha direito a receber pelo seu trabalho, de ter religião e essa história se passou, também, aqui em nossa cidade, os negros eram homens vindo da África, capturados como bichos, não que esses tenham o direito de ser maltrato, e jogados nos canaviais, trabalhavam debaixo do chicote até sua morte. Os Senhores de Engenhos, heróis das grandes invasões de território, não se limitavam em dar sentenças aos negros que não lhe agradassem, 117 anos passaram, e os negros hoje estão livres, todavia a abolição, não significa grande mudança para os escravos e seus descendentes. Eles continuam marginalizados pela burguesia aristocrática que continuava alimentado o racismo.
Costumes e tradições e contradições - O dia-a-dia nos engenhos era muito diferente dos das atuais usinas e destilarias. Não existem mais escravos, e sim trabalhadores, mas que continuam servis aos patrões. Os escravos eram negros, enquanto os trabalhadores atuais são mestiços, brancos ou negros. Os costumes e tradições mudaram muito. Não existem senzalas, mas casas populares, em algumas usinas. A maioria preferiu expulsar os trabalhadores para morarem nas cidades próximas. Assim, ficando livre do vínculo empregatício e a obrigação de garantir moradia, escola, posto médico e outros benefícios sociais. Na época os engenhos e nas fazendas, eram protegido pela mais brutal legislação negra que incluía os castigos, as penas e os maus tratos infligidos desde o momento de sua captura na África. Diversos fatos sociais tais como; de serem presos a correntes de ferro a um cepo, de trabalharem junto das caldeiras nos engenhos, de ser chicoteados para trabalharem, a alimentação e vestuário limitado, concorreram para acirrar o ódio entre o negro e o colono. O negro que chegava, era considerado como peça de trabalho, por mais abatido e rebaixado que fosse em sua dignidade, em sua vontade de liberdade, pela prepotência de seu semelhante que agia dolosamente nos seus “delírios” de maldades.
OS DIAS ATUAIS – Só a partir do ano de           é que o negro alcança o direito de votar, só que agora é no voto cabestro, mais isto é outra historia, e hoje, viva a democracia! o Senhor de Engenho chama seus “ex-escravo” de eleitor

Nota: Prova dessa dolorosa realidade ainda é viva na memória dos antigos, pois aqui na Mata Sul era um laboratório da escravidão humana, e se o leitor fizer uma visita à casa grande do Engenho Bastiões, do Escritório da Usina Estreliana, testemunhará um centro de horror, onde seres humanos eram acorrentados antes de dormir (e sem direito reclamar ou roncar), pois o Seu Senhor não poderia ser incomodado, triste memória de nossa história, que tirava sangue dos seus canaviais.

História de Ribeirão III


ACONTECEU EM RIBEIRÃO III
Registro de nossa Memória
DIÁRIO DO PASSADO,
Domingo, 14 de março de 1993.
Delegado garantiu missa de despedida a padre Vito

O delegado de Olinda, Gílson Cordeiro, que atuava em Ribeirão na época da expulsão de Vito Miracapillo, estava entre os que foram homenagear o religioso, e fez um paralelo entre a missa pacífica e alegre de hoje com uma outra, de despedida, em outubro de 1980, quando usineiros e plantadores de cana da região, liderando cerca de 80 capangas, cercaram a igreja com a finalidade de pegar o padre e chegaram a espancar religiosos.

"Se tivessem botado a mão no padre, ele não estaria vivo", relembrou. Cordeiro disse ter sido chamado pelo advogado de Miracapillo, o hoje deputado estadual pelo PSB, Pedro Eurico, por dom Acácio Rodrigues e pelo atual presidente regional da CNBB, dom Marcelo Carvalheira, para garantir a celebração da missa e proteger o italiano, pois alguns brasileiros já tinham sido espancados. "Os capangas estavam do lado de fora, fortemente armados, enquanto os usineiros e plantadores invadiram a igreja". Ele deixou cinco policiais fora e entrou com mais dois, um deles com uma metralhadora. "A situação era de confronto, difícil, e dei ordem para atirar diante de qualquer tentativa de agressão", contou. Os policiais terminaram conseguindo dissolver o cerco e fazer os capangas deixarem a cidade. A missa foi rezada, mas sem a presença do padre Vito, que permaneceu escondido nos fundos da igreja. "Ele não podia aparecer, eles o teriam matado".

História de Ribeirão II


 EXCLUSIVO - TRABALHO ESCRAVO - Eduardo de Queiroz Monteiro é acusado de TRABALHO ESCRAVO.
Foram libertadas mais de 1.200 pessoas da Destilaria Gameleira, no município de Confresa (MT), a maior operação de libertação de trabalhadores escravos já ocorrida no país. Até então, o título estava com a fazenda Roda Velha, de Ernesto Dias Filho, localizada no município de São Desidério (BA), quando 745 ganharam a liberdade em agosto de 2003. Nas últimas semanas, a usina Gameleira, produtora de álcool, esteve no centro de uma polêmica que envolveu até o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (leia abaixo). Grandes distribuidoras de combustível cortaram os contratos com a Gameleira após ficarem sabendo que comercializavam com uma empresa que estava na “lista suja” do trabalho escravo do governo federal. ...“A situação aqui é horrível. Há superlotação dos alojamentos, que exalam um mau cheiro insuportável. A única água que recebe tratamento é aquela que vai para as caldeiras e não para os trabalhadores. A alimentação estava estragada, deteriorada. O caminhão chega jogando a comida no chão. Pior do que a comida que se dá para bicho, porque esse pelo menos tem coxo”, afirma Humberto Célio Pereira, auditor fiscal do Trabalho e coordenador do grupo móvel de fiscalização. Todas as características confirmam a existência de escravidão contemporânea, do aliciamento ao endividamento e à impossibilidade de deixar o local. Os trabalhadores foram levados de Pernambuco, Maranhão e Alagoas, iludidos pelas falsas promessas de salários e boas condições de serviço dadas pelos “gatos” (contratadores de mão-de-obra a serviço da usina). Ninguém recebia salário e era obrigado a comprar tudo da cantina da empresa, com preço acima do mercado. Os gastos eram anotados para serem descontados do pagamento final – sempre menor do que o combinado pelo “gato”. Devidos às péssimas condições de saneamento e higiene, não raro ficava-se doente. Contudo, até o soro recebido nas crises de diarréias era descontado dos peões.....Vale ressaltar que o próprio Eduardo de Queiroz Monteiro, proprietário da Gameleira, pressionado pela perda de seus clientes, havia solicitado ao Ministério do Trabalho e Emprego uma nova fiscalização para mostrar que a situação havia se normalizado após a última operação. O ministro Ricardo Berzoini, entretanto, não cedeu às pressões. Contudo, enquanto os diretores da usina tentavam limpar o nome da empresa, surgiram novas denúncias de trabalho escravo, envolvendo violência física contra os peões. A partir daí, uma operação foi realizada. Agora, os cerca de 1.200 trabalhadores estão reunidos na sede da empresa. Querem ir embora para as suas cidades, mas não têm dinheiro para pagar a passagem de volta ... No dia 11 de maio, os advogados da família Queiroz Monteiro conseguiram uma liminar na Justiça do Trabalho suspendendo o nome de sua fazenda da "lista suja", base da cadeia produtiva.   Uma ligação telefônica realizada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), na tarde do dia 01/06 trouxe apreensão a empresas afiliadas ao Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis... quando questionou por que essas empresas cancelaram contratos de compra de álcool da Destilaria Gameleira. Esta empresa, de propriedade de Eduardo Queiroz Monteiro – irmão do presidente da Confederação Nacional da Indústria e deputado pernambucano Armando Queiroz Monteiro (PTB). ....  Em discurso proferido no dia 02 de março de 2004, o presidente da Câmara atacou o combate ao trabalho escravo que vem sendo realizado no Brasil. “Ora, Senhoras e Senhores Deputados. Vamos parar de hipocrisia, de fingir que somos a França, os Estados Unidos ou a Alemanha e que podemos copiar as suas avançadas legislações trabalhistas”, disse. “Não vamos resolver os problemas do campo e do desemprego ameaçando produtores e fazendeiros com o confisco de terras no caso das muitas e controversas versões de ‘trabalho escravo’”, completou o deputado.  OBS: REPORTAGEM DATADA DE 17/06/2005, Matéria reduzida, leia-a completa no site: http://agenciacartamaior.uol.com.br/templates/materiaMostrar.cfm? materia_id=3481 - Direitos Humanos| 17/06/2005 . outras fontes: http://revistaepoca.globo.com/Epoca/1,6993,EPT973025-1659,00.html

História de Ribeirão I

O delegado de Olinda, Gílson Cordeiro, que atuava em Ribeirão na época da expulsão de Vito Miracapillo, estava entre os que foram homenagear o religioso, e fez um paralelo entre a missa pacífica e alegre de hoje com uma outra, de despedida, em outubro de 1980, quando usineiros e plantadores de cana da região, liderando cerca de 80 capangas, cercaram a igreja com a finalidade de pegar o padre e chegaram a espancar religiosos. "Se tivessem botado a mão no padre, ele não estaria vivo", relembrou. Cordeiro .... "Os capangas estavam do lado de fora, fortemente armados, enquanto os usineiros e plantadores invadiram a igreja". Ele deixou cinco policiais fora e entrou com mais dois, um deles com uma metralhadora. "A situação era de confronto, difícil, e dei ordem para atirar diante de qualquer tentativa de agressão", contou. Os policiais terminaram conseguindo dissolver o cerco e fazer os capangas deixarem a cidade. A missa foi rezada, mas sem a presença do padre Vito, que permaneceu escondido nos fundos da igreja. "Ele não podia aparecer, eles o teriam matado".